domingo, 15 de novembro de 2020

Conto: A MULHER ENGANOU ATÉ O DIABO

Autor: Leopoldo Napoleão Ben-Leon

No século XVII por volta de 1666, em Lyon na França, em uma cidade com cerca de 20.000 habitantes aproximadamente, onde todos viviam de forma ordeira e em paz, ocorreu um fato inusitado.
A maioria das moças e rapazes da cidade vestiam roupas vitorianas, onde as mulheres usavam saias compridas arrastando ao chão e camisas de linho com mangas compridas enfeitadas com rendas e babados. Os rapazes vestiam, calças coladas ao corpo, camisas gola de padre com mangas compridas fofas, cabelos fio reto meio rosto, e ainda botas cano alto chegando ao joelho, todos muito elegantes.
Os rapazes e moças se encontravam na praça sempre por volta das 06 horas da tarde e ali desfilavam sua elegância. Nesta época não havia luz elétrica, usavam luz de candeeiro, onde o combustível era de óleo de baleias. As luzes eram apagadas por volta das 10 horas da noite e o mesmo homem que acendia as 06 horas da tarde as apagava, e este Senhor se chamava François.
Um certo dia um rapaz desconhecido apareceu na cidade, sendo este de altura aproximada de 1,90 m, cor branca, cabelos louros e olhos azuis estalantes, um porte físico descomunal.
As moças e até mesmo os rapazes que se encontravam na praça a passear, ao se depararem com aquele jovem de grande beleza, admiraram. Quando este rapaz dirigia o olhar a uma das moças ela ficava embebecida.
Por volta das nove horas da noite quando os rapazes e moças já retornavam às suas casas, o jovem desconhecido desaparecia como se fosse um relâmpago.
O rapaz, durante aquela noite, entrou sorrateiramente, na casa da moça que ele tinha fixado o olhar, isso sem ninguém perceber, foi até o quarto dela ali mantiveram relações sexuais e depois ele sai às 04 horas da madrugada em ponto, como entrou, sem deixar rastro.
Ele só voltava naquela mesma praça dois ou três dias depois, repetia a conduta, com as outras moças, e não foi diferente com STEPHANY.
Uma das moças que se apaixonou perdidamente por este rapaz, foi STEPHANY, porém ele desapareceu depois da visita feita a ela, isso, por um tempo maior que o habitual, e no passar dos dias as pessoas começaram a perguntar uns aos outros:
- Sumiu aquele rapaz bonito, por onde ele anda??
Ninguém sabia.
STEPHANY ainda estava perdidamente apaixonada por aquele rapaz misterioso, que nem o nome sabia.
STEPHANY um dia, foi passear em um campo da fazenda de seus pais, montada em um cavalo alazão muito bonito, com uma crina maravilhosa. Quando o cavalo ia atravessar o riacho este refugou, voltou e não quis mais prosseguiu o passeio de forma alguma.
Assustada, STEPHANY olhou para o lado e deparou com aquele rapaz por quem seu coração batia velozmente e com quem até tinha mantido relações sexuais, isto em segredo, mesmo porque naquela época o sexo era um tabu, assim STEPHANY, bem como as outras moças ficavam caladas sobre o assunto.
STEPHANY ao encontrá-lo o beijou e abraçou, e ali mesmo tiveram relações. Após o ato, ele a mandou ir embora para casa. Ela chocada perguntou:
- Onde tu vais?
Ele respondeu a ela:
- Vou rumo a floresta.
E assim, ele entrou mato adentro como um raio e desapareceu.
STEPHANY voltou a sua residência mais apaixonada ainda pelo rapaz bonito.
Noutro dia, por volta das 06 horas da tarde, estando STEPHANY, na casa da fazenda de seu pai, Sr. John, debruçada na janela, apreciando a paisagem, se assustou, quando o rapaz bonito apareceu repentinamente, com uma belíssima roupa, com o rosto radiante ressaltando os olhos azuis cor de anil, e aqueles cabelos louros sedosos e brilhantes... STEPHANY não se segurou, ela se voltou, trancou a porta do quarto com o objetivo de fingir que estaria dormindo e saiu pulando a janela e caiu aos braços de seu amado. Saíram dali e permaneceram juntos toda a noite fazendo sexo.
Após aquela noite STEPHANY que continuava maravilhada, não mais viu seu amado, mais uma vez ele desapareceu.
Passados aproximadamente um mês, STEPHANY vai à cidade, para em uma taberna, comprar a pedido de seu pai Sr. John, uma garrafa transparente, com rolha, sem saber para que fins se tratava. Retornando, entregou o objeto e este foi colocado numa prateleira.
No dia seguinte STEPHANY saiu a passear e no mesmo horário e lugar do último encontro com o rapaz bonito, o jovem apareceu novamente, elegante como da primeira vez, usando como sempre roupas chiques, calça colada ao corpo, botas meia canela, camisa com mangas longas e fofas gola em pé, com botões dourados. Quando ele se aproximou dela uma luz incandescente ficou ao lado dele. Ela então perguntou:
- O que é isso?
Ele deu uma gargalhada alta e sarcástica, respondendo a ela:
- Tive provas que vocês mulheres são todas iguais.
Ela então reagiu dizendo:
-Porque dizes isso?
Ele então explicou:
- Eu mantive relações sexuais com todas vocês desta cidade de Lyon.
Ela disse?
- O que?
Ele respondeu:
- Eu jamais fui e serei de qualquer mulher.
Ela, mais uma vez reagiu a tal frase:
- Quem tu és?
Ele novamente gargalhando, com ar de zombaria disse:
- Eu sou o demônio. Eu tenho poderes, posso me transformar no feio e no belo, vocês mulheres são todas muito fáceis.
Assustada ela questionou:
- O que? Tu és mesmo o demônio? Então me prove.
Ele imediatamente apontou o dedo para uma campina à frente e disse:
- Veja meu dedo indicador da mão esquerda.
Quando ele apontou para o alvo saiu uma lavareda e o incêndio se fez instantaneamente.
Ele continuou:
- Olhe agora meu dedo indicador da minha mão direita, e saiu da ponta do dedo chamas de fogo.
STEPHANY ficou espantada, mas ao mesmo tempo, ela usou a sabedoria, não demonstrando medo, disse:
- Ainda não acredito que tu és o diabo. É tudo mágica.
Ele então disse:
- Olhe meus olhos e os acompanhe.
Ele olhou para uma macieira carregada de belos frutos e a árvore murchou naquele mesmo instante e as maçãs caíram ao chão apodrecidas.
Aí STEPHANY continuou a demonstrar que não acreditava dizendo:
-É mágica.
O rapaz que se dizia ser o demônio, ficou enfurecido com a moça, por ela não acreditar que ele detinha poder sobre as pessoas e as coisas.
STEPHANY então, lembrou da garrafa transparente que havia comprado para seu pai e que estava na prateleira. Pediu um tempinho, foi até a casa pegou a garrafa e voltando disse a ele:
- Tu és mesmo o demônio, vou fazer um desafio contigo, se ganhares, então irei acreditar.
Com a garrafa na mão esquerda, tirou a rolha com a mão direita e disse ao rapaz:
- Se tu és o demônio, quero ver se com a tua altura de aproximadamente 1,90m, tu podes entrar nesta garrafa de 35 cm, se o fizeres, aí eu acreditarei em ti.
Ele prontamente respondeu:
- Não duvides, eu irei entrar nesta garrafa e tu irás me ver lá dentro.
Ele então, num passo de mágica entrou na garrafa e ela com a mão direita rapidamente, fechou a garrafa com a rolha. E disse:
- Agora te peguei demônio.
E ele lá de dentro gritava:
- Me solta, me solta...
Ela ainda trêmula disse:
- Jamais te soltarei.
Ele implorava de forma bravia:
- Me soltar, vou te amar loucamente.
Ela então disse:
- Eu te amei loucamente, e me enganei contigo. Tu me traíste com todas as mulheres pelo mundo afora.
Ele então, olhando para ela começou a se transformar em figuras horríveis dentro da garrafa.
Ela se dirigiu até o estábulo da fazenda, que era próximo do local onde estavam, pegou uma enxada que ali encontrou, andou uma certa distância com a garrafa numa mão e a enxada na outra, sendo que, o rapaz continuava a esbravejar dentro da garrafa:
- Me solta, me solta...
Ela seguia dizendo:
- Não te solto. Tu vieste na terra para destruir a humanidade, mas, fique sabendo, tu me enganaste bem, como o fez com toda a humanidade usando de toda farsa e mentira demônio, mas, eu o venci.
Ela naquela noite de luar, andou cerca de um quilômetro e meio campo adentro, e quando parou colocou a garrafa no chão e começou a cavar um buraco, cavou mais ou menos um metro de profundidade e o rapaz sempre gritando:
- Me solta, me solta...
Ela então, depois de certificar que a garrafa estava bem tampada a colocou no fundo da cova e enterrou o demônio e depois disse aos gritos:
- Aqui é teu lugar, nas profundezas da terra.
POR ISSO DIGO:
Não brinque com o sentimento de uma mulher, porque ela tem o poder de te fazer um grande homem, mas também tem o poder de destruí-lo, tanto que a mulher chegou ao ponto de enganar até mesmo o diabo.

terça-feira, 11 de julho de 2017

O Amor e as Diferenças

Autor: Leopoldo Napoleão Ben-Leon

    Em 1960, Hayfan com 20 anos, de origem palestina, saiu de sua terra natal para percorrer o mundo. Conheceu vários países da Europa como Espanha, França, Inglaterra, e outros, sobrevivendo como mascate, passando certas dificuldades, até que chegou à América do Sul e foi para a Argentina, onde fixou moradia na capital Federal de Buenos Aires. A opção profissional que ele fez foi a mesma que fazia em outros países da Europa, tornando-se novamente mascate. Já no ano de 1965,  com 25 anos,  ele puxando em um carro de mão com duas rodas, transitava vendendo seus produtos lençóis, fronhas, e cobertores pelas periferias de Buenos Aires. A situação financeira dele estava melhorando cada vez mais.  Ao passar oferecendo seus produtos às pessoas em uma das  ruas, bateu na porta de uma casa e foi atendido por uma senhora loura de olhos azuis de aproximadamente 40 anos 1,70 m de altura e uma moça também  de olhos azuis  com altura aproximada de 1,75 m. Hayfan como um bom vendedor, educadamente se dirigiu à senhora e a moça oferecendo seus produtos. Logo as duas notaram que ele não era argentino, pois falava espanhol com forte sotaque árabe. A senhora no mesmo instante conversou com sua filha aos cochichos e ambas viraram as costas e adentraram em sua casa. Hayfan ficou perplexo pela atitude das duas e encucado com o desrespeito à sua pessoa, mas tocando a vida foi vendendo suas mercadorias a outros fregueses. Uns quinze dias depois, ele passou na mesma rua onde morava aquela senhora de olhos azuis e aquela moça. Perguntou a um morador dali quem eram a moça e a referida senhora, aí este morador disse-lhe que residia há pouco tempo ali e que não as conhecia. Aí ele ficou curioso em conhecê-las principalmente a moça que lhe chamou a atenção por ser muito bonita. Uma semana depois ele passou novamente naquela rua e parou debaixo de uma árvore que ficava defronte a casa e logo a moça saiu e passou por Hayfan e ele falou: BOM DIA SENHORITA! Ela um pouco fechada lhe respondeu: BOM DIA. E nisso ficou, somente nisso. Ele também tocou sua vida normalmente sempre trabalhando. Dias depois ele encontra a moça novamente em uma rua próxima a casa dela, e mais uma vez a cumprimenta: - Estás lembrada de mim? Ela olhou e lhe disse: - Tu és aquele rapaz que passaste em minha residência um tempo atrás vendendo algumas produtos e dias depois me cumprimentaste dando um bom dia?  Aí começaram a conversar, uma conversa rápida e objetiva. Ele perguntou o nome dela. Ela falou: - Meu nome é Rachel. Ele se apresentou e disse: – Meu nome é Hayfan. Ela com olhar meigo e com sorriso estampado no rosto disse: – Eu sabia que tu eras de origem árabe pela tua feição e sotaque e agora pelo nome. Ele perguntou a ela: Qual tua origem? Ela disse a ele: sou de origem judaica de ascendência húngara nascida na Argentina em Buenos Aires. Ele levou um grande espanto que seu coração disparou. Eles despediram-se e se foram.  Logo, os dias se decorreram e Hayfan se dando bem nos negócios, ficou conhecido por vender produtos de qualidade e de preço accessível à população da periferia de Buenos Aires. Sempre que podia passava naquela rua onde Rachel morava. Um belo dia de sol encontrou Rachel, aquela belíssima moça de olhos azuis, cabelos louros e cor branca, saindo de sua residência, ele esperou um pouco sem que ela o visse e se aproximou chamando-a pelo nome: - Rachel, Rachel . Ela virou-se a ele e disse: - Olá como vai? E começaram a conversar. Ele pediu o número do telefone de sua residência. Rachel disse a Hayfan: - Vou lhe dar o número do telefone de minha casa, mas se quiseres me telefonar, faça-o às cinco horas da tarde, pois neste horário meus pais não estão em casa, depois disso, eles chegam, se atenderem ao telefone terei problemas. Passaram-se os dias e Hayfan telefonou naquela hora marcada, foi quando Rachel correu para o telefone e atendeu. Ao ouvir a voz de Rachel, Hayfan sentiu que ela estava feliz e começaram a conversar. Conversa vai e vem foi quando Hayfan convidou Rachel para se encontrarem em um bar no centro de Buenos Aires na Rua Florida. Marcaram e se encontraram numa terça feira por volta das 15 horas. Conversaram e conversaram, quando se deram por conta já era 17:30 horas. Rachel ficou encantada com Hayfan pela sua conversação e por ser tão jovem e ter fartos conhecimentos pelas suas andanças ao redor do mundo. Hayfan de aparência bonita, de 1:85 m de altura de olhos castanhos claros, chamou muito a atenção de Rachel. Logo Hayfan e Rachel se despediram e marcaram outro encontro, no mesmo local para dias depois. Os dois foram para rumos diferentes. Hayfan saiu dali felicíssimo com os olhos brilhantes. E Rachel também estava bastante feliz.  No dia certo do encontro marcado, dia bastante frio, com temperatura de 9 graus, por volta de 17:00 horas, Hayfan pegou sua melhor roupa, aquela calça azul escura de lã e uma camisa de cor branca, um paletó de lã cinza escuro, e uma bela gravata de tom cinza com riscos brancos, e foi ao encontro de Rachel. Ela, aquela moça de olhos azuis, loura, branca de 1:75 m de altura, era de chamar atenção de qualquer pessoa principalmente de Hayfan. Naquele dia esmerou no seu figurino, usando sapato de cor preta salto alto, meia fina,  um vestido de cor branca, um paletó cinturado de lã cor preta. E logo de longe Hayfan avistou Rachel aquela judia belíssima de 20 anos que vinha a seu encontro, e daí sentaram-se no bar e puseram-se a conversar. Assunto vai assunto vem, surgiu o primeiro beijo, iniciando assim o namoro, escondido dos pais de Rachel.  Os dias se passaram e Rachel e Hayfan estavam apaixonados, um pelo outro. Com o tempo os pais de Rachel notaram que ela estava mudando seu comportamento, saia mais vezes, mas mal eles sabiam o que estava acontecendo com sua filha Rachel. Ela demonstrava felicidade nos olhos. Já se passavam três meses de namoro. E os pais de Rachel perguntaram a ela porque tanta felicidade? E porque também estava saindo tanto de casa? Amanhã conversarei com o senhor papai e com a senhora mamãe... No dia seguinte, Rachel sentou-se com seus pais à mesa da copa e começaram a conversar coisas do dia a dia, mas Rachel com o coração acelerado estava com muito receio de comentar o tal namoro com seus pais. Mesmo assim se encorajou e disse: - Papai e mamãe eu os amo demais, mas sei que vou contrariá-los. Eu vou contar o que meu coração está pedindo, porque não quero enganá-los mais. Mãe a senhora se lembra que a aproximadamente cinco ou seis meses atrás passou um rapaz em nossa porta vendendo uns produtos e nós vimos que ele falava espanhol com forte sotaque árabe. A mãe de Rachel disse: - Me lembro sim, nós até viramos as costas pra ele, entramos em casa e não demos conversa. Rachel disse: - Pois é mãe eu sei que eu vou entristecê-la e também ao papai. Eu estou namorando com ele e nós estamos apaixonados um pelo outro. Rebecca e Benjamim ficaram com os olhos arregalados e Rebecca disse para a filha: - Tu estás louca, namorar com árabe se nós somos judeus? Rachel disse: - Papai e Mamãe, o importante para mim é o caráter e a dignidade do homem e isto, ele tem. Daí em diante os pais de Rachel ficaram perplexos com a atitude de sua filha. Disseram que não queriam conhecer Hayfan e que era para ela terminar esse namoro com urgência. Ela chorando correu para o quarto se trancou e por horas ficou. Quando voltou do quarto com os olhos inchados de tanto chorar, os pais de Rachel simplesmente a ignoraram. A partir daquele dia, não falaram mais sobre o assunto. Como Hayfan já estava inteirado dos fatos, pois Rachel tinha lhe contado, eles começaram a se encontrar mais vezes, sempre às escondidas. Certo dia Hayfan tomou uma atitude juntamente com Rachel, iriam viver juntos. Dias depois, eles arrumaram as suas malas e se encontraram com hora marcada na rodoviária de Buenos Aires e daí em diante foram para a cidade de Córdoba, onde se identificaram com nomes diversos dos verdadeiros, tendo em vista que sabiam que seriam procurados pela comunidade judaica. Lá procuraram uma pensão para se instalarem e Hayfan continuou trabalhando como mascate, vendendo seus produtos nas ruas. Após algum tempo mudaram para uma casa simples na periferia de Córdoba, daí então começaram a crescer economicamente. Os pais de Rachel desesperados pelo sumiço de sua filha procuraram a comunidade judaica na cidade de Buenos Ayres, após contarem todos os fatos e descreverem a pessoa de Hayfan noticiaram a fuga. O rabino Daniel tomou todas as providências para a busca do casal. Procuraram por toda a Argentina, mas não encontraram. Os anos passaram. Em 1984, Rachel já mãe de dois filhos de Hayfan, de nomes Lya e Davi, resolveu juntamente com Hayfan voltar a Buenos Ayres para ir ao encontro de seus pais. O casal Hayfan e Rachel com seus filhos Lya de 5 anos e Davi de  3 anos, muito receosos, mas esperançosos em serem bem recebidos e entendidos por Rebecca e Benjamim, chegaram saudosos na mesma casa não sabendo se ali a família ainda residia, bateram palmas   e de repente a porta se abriu e a mãe de Rachel com  um sorriso foi de encontro à filha dizendo: Que bom que tu estás aqui! Se abraçaram e começaram a chorar. Logo veio Benjamim, o pai de Rachel, um pouco sorridente ao mesmo tempo fechado cumprimentou a filha abraçando-a  e as lágrimas escorreram sobre a face de todos. Daí em diante, Rachel apresentou sua nova família aos pais dizendo: Pai e Mãe este é meu esposo Hayfan e meus dois filhos Lya e Davi que Deus me deu. Daí então Benjamim e Rebecca abraçaram os netos afetuosamente e também cumprimentaram e abraçaram Hayfan o genro, Convidaram todos a entrarem em sua casa dizendo: - Bem-vindos. Logo após se sentaram à mesa e ali foi servidos a todos, chá com torradas e começaram a conversar. Os pais ouviram Hayfan falar sobre suas conquistas profissionais com o devido sucesso, vez que já havia adquirido com muita luta e determinação uma casa própria e duas lojas bem localizadas no centro de Córdoba onde Hayfan e Rachel comercializavam confecções infantis. Os pais de Rachel ficaram felizes pelo sucesso do genro e da filha e ainda por ter dado a eles netos lindos e saudáveis, perdoaram os dois pelo que fizeram e disseram a eles, que as diferenças acabariam naquele momento. A família Hayfan ficou hospedada na casa dos sogros por alguns dias e depois retornaram a Córdoba, dando a sequência a sua vida. Os anos se passaram Hayfan e Rachel foram galgando cada vez mais sucesso na vida empresarial adquirindo imóveis e colocando mais lojas na cidade de Córdoba, mas não esquecendo de manter contato permanente com os pais de Rachel, sendo que estes também visitavam frequentemente a família Hayfan. Em 1995, Hayfan já afastado de sua família há tanto tempo, resolveu levar a esposa e filhos para conhecer seus pais que moravam na Palestina. Lá chegando foram recebidos, filho, nora e netos com grande festa. O senhor Mamede pai de Hayfan e sua mãe Samara, ficaram muito felizes com a nova família que se integrava a deles. Inicialmente foi servido a eles pão sírio e vinho, como demonstração de felicitações e depois assaram carneiro entre outras comidas típicas árabes. Convidaram todos os parentes e amigos para a festa de boas vindas. Os agora avós abraçavam fortemente os netos Lya e Davi e também o filho Hayfan e a nora Rachel. Mamede e sua esposa levaram Hayfan e família para conhecerem toda a Palestina e até mesmo o outro lado Israelense apesar da cultura diferenciada. Alguns dias depois a família Hayfan muito feliz volta a Córdoba na Argentina. Retornaram às suas atividades sempre com muito sucesso. Os anos foram passando, aquelas crianças que eram crianças passaram a ser adultos. Os pais de Rachel já idosos, continuaram muito carinhosos com os netos Lya e Davi que agora adultos, cursando faculdade de medicina e direito, se orgulhavam deles e mantinham visitas permanentemente. Lya se formou médica aos 25 anos e Davi advogado aos 23 anos, orgulhos dos pais Hayfann e Rachel e avós maternos Benjamim e Rebecca bem como dos avós paternos Mamede e Samara. Os anos se passaram Hayfan foi chamado com urgência para ir a Palestina ver seu pai que não estava bem de saúde. Ao chegar lá, ficou entristecido ao ver seu pai Mamede hospitalizado e alguns dias depois veio a falecer. Hayfan muito triste conversando com sua mãe já de idade avançada perguntou a ela se ela queria morar com ele em Córdoba/Argentina. Ela por sua vez respondeu que não, pois ficaria na Palestina porque ali era seu lugar e ali iria morrer. Hayfan retornou a Argentina e continuou a sua vida. Dois anos após a morte de seu pai perdeu também sua mãe. Restava na Palestina irmãos, tios e primos. Com o tempo o Pai de Rachel, Benjamim, também veio a falecer. Daí Rachel junto Hayfan trouxeram para Córdoba, Rebecca mãe de Rachel que foi viver confortavelmente em uma casa, com uma bela varanda, grandes quartos e salas de visita e de estar e linda biblioteca, desfrutando já aos 80 anos de idade do conforto merecido. E hoje a família Hayfan vive feliz com todos os seus componentes.

Assim temos que as diferenças de povos não devem influenciar nas relações, mesmo porque o que vale é o caráter e dignidade de cada pessoa e o amor que nasce entre elas.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

RETIRO DOS DEUSES

Autor: Leopoldo Napoleão Ben-Leon

No ano de 1935, um jovem casal de família aristocrata, ele Ramon, cabelos castanhos claro lisos, cor branca, magro, olhos azuis, com 39 anos, com altura aproximada de 1,85 m, porte atlético e ela Inês cabelos alourados e lisos, de cor branca, corpo esbelto, olhos verdes, com 35 anos, com 1,74m de altura, juntamente com seus três filhos: Rúbia, cor branca, cabelos castanhos compridos lisos, olhos azuis, de 14 anos; Eugênia, cor branca, de cabelos castanhos compridos, levemente encaracolados, olhos azuis, de 12 anos e Yago, cor branca, cabelos lisos curtos com corte de época, olhos verdes, de 10 anos de idade.  Uma bela família...
No mês julho, férias das crianças, resolveram sair de Madri para passearem fora da capital. A família tinha notícias sobre um lugar maravilhoso que se chamava “Retiro dos Deus”, localizado na região sul da Espanha. Um castelo construído em meados de 1685, muito aconchegante e pomposo, onde lá chegaram a residir reis e rainhas da monarquia espanhola e que hoje é um Hotel que recebe pessoas da alta sociedade do mundo inteiro.
Era uma quarta feira nublada, fria, por volta de 15 horas quando ali chegaram em seu carro. Foram recebidos por um mordomo muito elegante, cordial e com todas as pompas. Dirigiram-se ao salão de estar do castelo. Ramon, Inês e as crianças Rúbia, Eugênia e Yago, ficaram maravilhados com a decoração, com as pinturas em telas centenárias e os móveis coloniais. Se sentiram em casa pelo ambiente e pelo tratamento recebido. O atendente pediu seus documentos para fazer o registro da família. Daí então, junto com o mordomo foram direcionados ao quarto onde ficariam hospedados. Logo depois o mordomo, muito educado se despediu desejando boas vindas e os deixou no aconchego daquele ambiente. Ramon, Inês e filhos passaram a admirar os aposentos: haviam camas e guarda-roupas entalhados em madeira nobre da época, mesas de centro, telas de obras de artes fixadas na parede, janelões em vitrais com desenhos deslumbrantes. Abrindo os ditos janelões se depararam com uma montanha belíssima, um jardim riquíssimo em flores de variadas espécies, uma paisagem exuberante. A família maravilhada com o ambiente iniciou um diálogo entre eles e a filha Rúbia exclamou:
- Que passeio maravilhoso... Nós nem chegamos a sair do Hotel e já deparamos com esse belo jardim com rosas e orquídeas; amanhã papai, iremos passear não só no jardim, mas também no pomar do castelo.
Aí o Pai disse a filha:
- Claro que sim filha. Nós ficaremos um mês aqui e iremos desfrutar das belezas deste lugar visitando todos os ambientes naturais, bem como andar a cavalo.
Rúbia, Eugênia e Yago, sorriram de felicidade com os olhos brilhantes.
Por volta das 18 horas, tomaram banho se aprontaram de forma elegante. Ramon se vestiu com paletó de lã cor azul escuro e uma calça cinza, camisa branca, uma gravata de cor azul com listras finas e um sapato impecável; Inês, com um vestido rodado em tom escuro, abaixo do joelho, uma blusa branca de mangas compridas, meias também de tom escuro e um sapato de salto alto, de cor bege. As crianças: Rúbia trajava vestido de tom azul marinho comprido abaixo do joelho, e por cima um paletó de cor acinzentado, meia calça de lã e sapato preto estilo boneca com lacinho; Eugênia usava um vestido rodado cor rosa, meias brancas de lã, e sapato estilo boneca de cor preta; Yago usava camisa branca, um pulôver cinza de lã, calça curta em cima do joelho de tom escura risco de giz, meias brancas de lã e sapato preto, uma boina cinza escura de lã.
Juntos dirigiram-se ao salão às 19 horas, onde seria servido o jantar. Se sentaram à mesa e logo foram servidos. No salão havia uma orquestra que tocava músicas clássicas de Beethoven, Bach e outros.
Logo após o jantar voltaram ao quarto já por volta das 21 horas.
Trocaram as roupas por seus pijamas e as crianças logo foram dormir.
O casal foi para a janela dos aposentos e ali debruçados observavam aquela noite maravilhosa de luar, de céu estrelado quando avistaram ao longe uma fumaça que imaginaram ser de uma cabana.
Ramon disse à sua esposa Inês:
- Iremos amanhã naquela direção para verificar de onde vem aquela fumaça?
E ela assim concordou dizendo:
- Pediremos que selem os cavalos para nós e para nossos filhos e ainda que um guia nos acompanhe.
Daí então foram dormir.
Ao amanhecer, os pais Ramon, Inês, e os filhos Rúbia, Eugênia e Yago se direcionaram ao salão para tomarem o café da manhã. Logo falaram com o mordomo pedindo que os acompanhasse até o estábulo e juntamente com o guia, preparassem os cavalos para um passeio, e pediram que direcionasse àquele local bem longínquo, onde na noite anterior tinham avistado uma fumaça o que foi feito. Cavalgaram por algum tempo.
Avistaram um senhor de cabelos e barba branca, com rugas no rosto e uma senhora de cabelos grisalhos também com rugas, ambos de idade avançada, em uma cabana humilde sentados em um banco simples de madeira corroída pelo tempo. Desceram dos cavalos, guia e família e direcionaram àquele casal de idosos apertaram-lhes as mãos e apresentaram-se.
- Meu nome é Ramon, esta é minha esposa Inês e meus filhos Rúbia, Eugênia e Yago.
O guia muito educado também apertou a mão do idoso se apresentou dizendo ser funcionário do Hotel Refúgio dos Deus e que se chamava Carlos.
O idoso também se apresentou à família e ao guia dizendo a eles:
- Meu nome é Lorenzo e esta é minha esposa Olívia. 
Daí então, o Sr. Lorenzo muito educadamente convidou todos a se sentarem em outro banco também corroído pelo tempo que estava ao lado dele. Carlos se acomodou num tamborete. O casal sentou-se no banco indicado pelo Sr. Lorenzo, juntamente com a filha mais velha Rúbia que ficou ao lado de sua mãe. As duas crianças Eugênia e Yago avistaram uma linda lagoa onde haviam muitos cisnes brancos nadando e foram correndo ao encontro das aves.
A mãe Inês disse aos filhos:
- Eugênia e Yago cuidado para não se molharem na lagoa, porque o tempo está muito frio, poderão adoecer e nós estamos distantes de atendimento médico.
Mas, as crianças nem ligaram, permaneceram à beira da lagoa apreciando os cisnes e a paisagem exuberante.
O casal de idosos conversando perguntaram de onde vinha a família.
Ramon dirigiu-se ao Sr. Lorenzo dizendo:
- Nós somos de Madri, viemos aqui passar férias de um mês no Hotel Retiro dos Deuses.
O Sr. Lorenzo e sua esposa Olívia olharam um para o outro e se sentiram felizes daquela família fazer-lhes uma visita, sendo que, moravam numa local tão simples, e os visitantes deixaram de estar desfrutando das pompas do Castelo para estar naquela humilde casa. Honrados disseram a eles:
- Bem vindos à nossa casa.
Ramon espantosamente regalando os olhos disse à esposa Inês:
- Poxa que contrate, eu me hospedo no Castelo dos Deus e aqui me encontro numa humilde casa com grande receptividade.
O idoso respondeu então ao casal:
- Aqui nós somos felizes, como também aqueles que moram lá no Hotel Retiro dos Deuses. Faz muitos anos que não recebemos visita de ninguém, principalmente pessoas importantes como vocês, isso nos traz tamanha felicidade poder dividir o que temos de bom com os outros que aqui chegam.
Inês então disse:
-Realmente estou me sentindo muito bem pelo tratamento do Sr. Lorenzo e também da Sra. Olívia.
E o casal de idosos, convidou toda a família para entrar em sua casa, Inês então chamou as crianças que estavam na beira da lagoa apreciando os cisnes e aquela imensurável de natureza. As crianças vieram ao encontro da mãe, entraram e logo viram que havia uma energia aconchegante naquele local. A senhora Olívia foi até o fogão de lenha, colocou uma panela com água para o preparo de um chá para servir aos visitantes. O chá ficou pronto e foi servido com biscoitos, produzidos pelo casal. Aí, a conversa foi surgindo, e Ramon dirigiu-se ao casal de idosos agradecendo pela acolhida carinhosa e afirmou:
- Aqui realmente é um Lar Feliz, porque eu e minha família estamos muito felizes por receber tamanho carinho do senhor e senhora.
O Sr. Lorenzo disse:
- Muitas vezes a riqueza não nos traz felicidade, pois não sabemos se quem nos gosta é por nós ou se é pela riqueza que possuímos.
Ramon então disse:
- Realmente é isto mesmo, eu sou de uma família aristocrata de poder econômico alto, somos sempre convidados a participar de grandes eventos e muitas vezes com muita pompa, mas não nos sentimos felizes como nos encontramos aqui.
Passaram todo o dia naquela lindo ambiente, almoçaram uma saborosa refeição e mais tarde um belo lanche.
Ramon ofertou ao Sr. Lorenzo uma quantia em dinheiro como agradecimento pelos belos momentos, mas o idoso recusou dizendo:
- Não se faz necessário qualquer pagamento, pois foi um prazer imenso recebe-los aqui em nossa humilde casa, voltem sempre ...
Ao entardecer Ramon e Inês se despediram do casal de idosos e partiram junto com os filhos e o guia para o Hotel Refúgio dos Deuses.
Chegando ao Hotel, descontraídos, dirigiram-se aos aposentos, tomaram banho, em seguida foram ao salão para jantarem. Após o jantar retornaram aos aposentos e foram dormir. Pela manhã às 8:00 horas fizeram a mesma rotina, foram ao salão, toda a família tomou café e dirigiram-se ao jardim do Hotel para passearem.
Os dias se passaram tranquilamente...
No vigésimo sétimo dia de férias ao retornarem do café da manhã por volta das 9 horas, foram aos seus aposentos abriram a porta e depararam com algo estranho no quarto; o guarda roupa estava aberto todo remexido o porta joias que estava em cima da cômoda estava aberto e viram que foram roubados, porque as joias lá não se encontravam mais, como pulseiras de ouro que eram da esposa e filhas, colar de pérolas, um relógio feminino cravado com pedra de brilhante,  além do mais foram levados uma quantia relevante em dinheiro. Imediatamente Ramon desceu a escadaria às carreiras, chamando a direção do Hotel e descrevendo o ocorrido. A direção chamou com rapidez a polícia para apurar os fatos. Os policiais sob o comando do chefe de polícia Dr. Henrique, ao chegarem, começaram a ouvir no salão do Hotel, todos os funcionários e hóspedes.
A família bastante entristecida com o acontecido tinha de viajar logo no dia seguinte, deixando nas mãos da polícia e dos responsáveis pelo Hotel o deslinde do caso.
Inês disse ao esposo:
- Diz uma frase “que vão os anéis e fiquem os dedos”, porque coisas materiais podemos repor seria pior se tivéssemos perdido um filho ou um de nós. Seria uma perda irreparável. Lembre bem meu marido que nossas férias foram maravilhosas e que estas coisas não irão nos afetar. Importante que somos uma família feliz.
A família assim, no dia posterior, seguiu para Madri.
Depois de uns 15 dias a polícia chegou ao autor do crime. Descobriu que o elegante mordomo – Sr. Vasquez - que recebeu tão bem a família era o autor do furto... tendo este sido preso e condenado pelo crime em questão e investigado sobre outros delitos acontecidos no Hotel anteriormente.  Logo a família foi ressarcida com a devolução de todos os bens, objetos do furto que foram encontrados na residência do mordomo.
Em casa o senhor Ramon, Inês e os filhos Rubia, Eugênia e Yago, sentados à mesa, felizes por terem recuperado seus bens, conversaram e reviveram o passeio maravilhoso, independente do triste episódio ocorrido. Ramon dirigindo-se à esposa disse:
- Veja só, nós fomos para um lugar chamado Retiro dos Deuses, onde lá tinha tudo de bom e acabamos sendo roubados, graças a Deus que recuperamos nossos bens, mas passemos a analisar que nem tudo que é amarelo é ouro e nem tudo que brilha é diamante. Lembra Inês que nós fomos na casa daqueles idosos Sr. Lorenzo e Sra. Olívia, casa simples, mas pessoas de bem. Passamos o dia naquele lugar aconchegante, nos trataram com cordialidade e singeleza, e no final da tarde eu quis dar uma quantia em dinheiro ao casal Lorenzo e Olivia e estes não aceitaram sequer um centavo, isto nos faz acreditar que nas casas mais humildes é que encontramos a honestidade, carinho, amor e respeito ao próximo.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

O MATUTO E O GARANHÃO

Letra e música de Leopoldo Napoleão de Lyon

Eu bato pé, eu bato pé
Eu bato a mão  Eu bato a mão
Vem morena
Dançar o forrozão
Bem no meio do salão.

O cowboy de bota preta
De fivela e cinturão
Encostado no balcão
Com seu chapéu na mão

Tirando uma de bacana
Se achando o garanhão
Esperando que a morena
Venha até a sua mão.

O Zé da Cumbica
Com a cara de matuto
Como quem não queria nada
Montou a sua astucia

O cowboy de bota preta
Encostado no balcão
Ele ficou até o fim do forrozão
Com seu chapéu na mão.

O Zé da Cumbica
No final ele é o tal
Dobrou o garanhão
E deixou ele na mão

O Zé da Cumbica
Com a cara de matuto
Ele ficou com a mulher,
Com a mulher mais bonita.

domingo, 18 de outubro de 2015


LETRA PRINCIPAL

                Letra e música: Leopoldo Napoleão de Lyon
(Primeira obra literária do autor escrita aos 9 anos de idade) 

Lá vem o pescador com sua
Jangada cheia de peixe do mar.
Feliz ele está.
Agradecendo a Deus
A grande abundância
Que a natureza lhe dá.
Cantarolando juntando
A felicidade e a satisfação
 Traz a sua família
A fartura do pão.
Brincando com a rima
Meio desigual
Que diz assim com
A letra principal.
Bico bico maçarico
Que ti deu tua mãe no bico
Foi a velha sucareta
Que morava na rebeta.
Um, dois, três, quatro
Andorinha bate o pé na campainha
Faz o jogo do capão
Na folhinha do mamão...

segunda-feira, 12 de outubro de 2015


A TARDINHA NO MAR

   Letra e música (sertanejo): Leopoldo Napoleão de Lyon                  

Sento a tardinha
A beira do mar,
Ouvindo as marés
Sempre a murmurar.
Murmuram um som
Parecendo falar
De mansinho, tentando
A mim consolar.
O sol tão vermelho
Reflete no mar.
É a coisa mais linda
De se apreciar.
O vento sereno
Faz-me arrepiar,
Trazendo uma brisa
Tão fria do mar.
A brisa gelada
Me faz despertar
De sonhos, que de longe,
Ali me trouxe o mar.
Devagar me levanto
Da areia tão fina.
De costa me afasto,
Mas o cenário fascina.
MANHÃ DE FESTA

                Letra e música (sertanejo): Leopoldo Napoleão


Hoje me levantei bem cedo,
O sol já vinha raiando.
No meu pé de laranjeira,
Tinha um sabiá cantando.
Saindo para o terreiro
Fiquei de pé, contemplando
O lindo amanhecer
E o sabiá cantando.
Canta, canta sabiá!
Estou aqui pra te ouvir;
Quero ouvir o teu cantar
E quero te aplaudir.
Oh! que lindo é este palco
Onde canta o sabiá...
Eu sozinho na plateia
Também começo a cantar.
Qual manhã de festa,
Peguei o meu violão.
Lembrei-me do meu amor
E dedilhei uma canção. 
Mas assim, tão de repente,
Vi o sabiá voar.
Cantando, fiquei pedindo
Pra ele um dia voltar.
Voltar e trazer consigo
De tão longe, o seu amor,
Pois enquanto não voltar,
Prometo, cantar não vou.