quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Pão Escasso

Leopoldo Napoleão

Enquanto o povo cata migalhas de pão,
eles destroem a paz, fabricam aviões de
guerra, misséis e canhões.
Enquanto os pequenos agonizam,
eles brindam com whisky escocês.
E o povo agoniza, nada de novo
cada esquecido cumpre o seu papel:
é o feijão, é o aluguel, é o pão escasso,
é o homem algemado pela hipocrisia
da sociedade capitalista, dor da fome, que constrói
em cada cabeça confusa o pesadelo da realidade.
Enquanto a vida passa, eu fico aqui, sem graça,
com meu documento amarelado,
pagando o ar que respiro.
E a panela vai secando,
o sonho vai passando, tudo ilusão.
Pois, enquanto formos meros fios de carretéis
seremos comandados por robôs fardados,
loucos coronéis.
Se gritar é amordaçado, ou cortado o pescoço.
Se falar a verdade, digo com sinceridade
vai ficar algemado no fundo do fosso.
Os direitos não existem, nada é igual.
Nesta Sociedade Burguesa
e Hipócrita só tem vez
quem tem capital.
Enquanto o povo espera,
a dor supera a esperança.
Nesta exploração
o empregado é escravo do patrão,
falta dinheiro,
falta justiça,
falta feijão...
Só resta a esperança
de lutar para sobreviver,
o dia inteiro.


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