Leopoldo Napoleão
Um Deus absorto,
Um Deus morto,
Em cada gesto,
Em cada grito,
Em cada rito.
Um Deus perdido num olhar.
Num aceno de mão vazia.
Que se estendia a um irmão,
Sempre humilde a esperar.
Um Deus na esquina,
Cumprindo sua sina,
Sua missão,
Esquecido na calçada
Do nada, desse mundo cão.
É um peregrino na solidão,
procurando amor, suplicando o pão
(amassado pelo egoísmo), perdido amordaçado
Com mais um passageiro da ilusão.
Algemado,
Sem identidade,
Que vaga, divaga pela cidade deserta pela dor
Um Deus amigo suplicando amor.
Abra a porta, mas todos ignoraram Deus
Choros lamentações, pragas, desgraças.
Homens e Crianças juntavam migalhas de pão.
Homens mortos.
Cruzes sobre o peito.
Mulheres viúvas.
Crianças órfãs, mas todos se
esqueceram de Deus.
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