sábado, 12 de setembro de 2009

Deus Absorto


Leopoldo Napoleão

Um Deus absorto,
Um Deus morto,
Em cada gesto,
Em cada grito,
Em cada rito.
Um Deus perdido num olhar.
Num aceno de mão vazia.
Que se estendia a um irmão,
Sempre humilde a esperar.
Um Deus na esquina,
Cumprindo sua sina,
Sua missão,
Esquecido na calçada
Do nada, desse mundo cão.
É um peregrino na solidão,
procurando amor, suplicando o pão
(amassado pelo egoísmo), perdido amordaçado
Com mais um passageiro da ilusão.
Algemado,
Sem identidade,
Que vaga, divaga pela cidade deserta pela dor
Um Deus amigo suplicando amor.
Abra a porta, mas todos ignoraram Deus
Choros lamentações, pragas, desgraças.
Homens e Crianças juntavam migalhas de pão.
Homens mortos.
Cruzes sobre o peito.
Mulheres viúvas.
Crianças órfãs, mas todos se
esqueceram de Deus.

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